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terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Avó Velhinha

A Avó Velhinha vai amanhã para um lar, ou antes, para o que eu defino como um 'depósito de velhinhos'.Tenho pena, tenho mesmo muita pena de uma pessoa que não vê, mal ouve e que não tem poder de decisão sobre o que se vai passar no resto dos seus dias.
A Avó Velhinha nunca foi 'pêra doce', antes pelo contrário, foi sempre chatinha e má para quem ela queria.É mãe da minha mãe, e os meus dois tios, contra a vontade da minha mãe (ganha o 2 contra 1) e após um curto internamento da minha avó, por ter um rim a funcionar mal e estar desidratada (o que já passou), decidiram que ela, em vez de ir para casa dela com uma pessoa a tomar conta dela 24h por dia, vai mas é para o depósito, onde não chateia e lhes dá uma vida menos preocupada.A meu ver, enquanto ela estiver no seu juízo quase perfeito (coisa que ainda acontece), acho que é uma crueldade o que lhe vão fazer, tendo em conta as particularidades que descrevi acima (cega e praticamente surda), mas, 2 contra 1...enfim.
Quero muito que lugar para onde ela vai seja realmente bom, isto porque ainda não tem alvará para funcionar como lar.Vê-se frequentemente na televisão reportagens que denunciam 'depósitos' destes em que as más condições em que têm os pobres velhinhos são mais que muitas, e eu gostava de levar a Tita a ver a Avó Velhinha, até porque a relação que têm as duas é muito engraçada.Cedo a minha filha percebeu que era preciso tocar na avó para que ela soubesse que ela (Tita) estava ali ao pé dela e percebeu também que era preciso falar mais alto para ela do que para as outras pessoas.A minha Avó, quando começou a recuperar do estado semi-comatoso em que ficou devido à desidratação, perguntou muito pela Tita, diz que tem saudades dela e manda-lhe muitos beijinhos.Ela percebeu que estava num hospital e ao perguntar hoje à minha mãe para onde ía, a minha mãe disse-lhe que ela ía mudar de hospital.Não sei o que lhe vai na cabeça, sinceramente, mas espero poder levar a Tita a vê-la, se o local fôr próprio a uma visita de uma criança.
Estou triste.Estou muito triste, porque vão ter de entregar a casa da minha avó ao prédio onde o meu avô foi porteiro durante décadas.Deixaram, depois do meu avô falecer que ela ficasse a morar lá, 'até um dia', mediante o pagamento de uma renda simbólica de 40€ mensais.A casa onde a minha mãe cresceu, onde eu também cresci, onde decorreram vários encontros de família, Natais, Aniversários, etc.
E gostava de lá voltar uma última vez (se 'a fúria de empandeirar a velhota' que os meus tios têm o permitir).Há coisas com que eu gostava muito de ficar para mim.Coisas que me lembram o meu avô, a minha avó e a minha infância, como, os pratos de alumínio em que eu comia quando era pequena, os talheres com que os meus avós comiam (que eram diferentes de todos os outros), o frasco do açúcar que está lá desde que eu me conheço como gente, uma agenda telefónica com muitas coisas escritas pelo meu avô e fotografias antigas que por lá andam e a 'fúria' há-de encarregar-se de destruir.
Sei que são bens materiais, mas para mim teria mesmo muita importância, nem que fosse para colocar tudo numa caixa na arrecadação.Era um bocadinho da minha infância que ficaria ali, guardadinha, para eu abrir e ver quando me apetecesse.Será que me faço entender?
E o pior de tudo é que a 'fúria' decidiu e nós, supostamente ainda nem sequer sabemos de nada.Não fosse a assistente social do hospital ver a minha mãe e chamá-la à parte para lhe contar, os 'furiosos' não nos avisaram de nada.Podia chegar amanhã para a visita ao hospital e encontrar uma cama vazia.....
Avó Velhinha, vou fazer tudo para tentar ficar com o que sempre disseste que me querias dar, mas vou fazer ainda mais, para tentar guardar um bocadinho de vocês comigo, sem serem só memórias.E vou-te visitar, com, ou sem Tita.
Espero, do fundo do coração, que tudo corra melhor.

2 comentários:

Sara disse...

Minha querida, compreendo a tua preocupação porque, tal como tu, já chegámos ao patamar em que "essas" coisas não nos são vedadas e temos acesso à informação toda (caroço incluido), de modo que começamos a sentir as coisas todas que até há pouco tempo era "adult stuff". No entanto, e graças a Deus, os exemplos que eu tenho de lares têm sido fantásticos para os meus "velhinhos". Infelizmente, no final da semana passada perdi a última velhinha do lado do meu pai, a tia Mila, que estava num lar aqui no Porto. Ela era tão bem tratada que as pessoas que tomavem conta dela sofreram tanto como nós (principalmente porque foi de repente e no lar) o que me leva a crer que ela era tão bem tratada como se estivesse em casa. O meu avô, por exemplo, está num lar há 3 anos e, também ele tem todo o apoio que necessita. Ambos sempre receberam visitas e todos os mimos... Acredita que chega a uma altura em que por mais que queiramos não temos a possibilidade de tomar conta deles como queriamos. Precisam de outros cuidados, de outra atenção que a nossa vida não permite dar.
Vamos ter pensamentos positivos e esperar que tudo seja pelo melhor... dela. Há uma coisa que eu acho fundamental: Não a façam sentir a vossa raiva (ou fúria, ou o que quer que seja) embora a possam sentir... Faz com que ela se sinta bem por ir para um sitio onde vai estar confortável e com tudo o que precisa para se sentir bem.... Assim é mais fácil a mudança.
Beijos e força

Anónimo disse...

ola,nao sabia que a tua avó tinha estado doente. se no lar a tratarem bem, pode ser melhor para ela. nem todos os lares sao assustadores, acredita. o importante é saber que ela fica bem. bjs a todos e mta força!
Helena Pereira